terça-feira, 14 de junho de 2016

Dicas de boa gastronomia pelo mundo - parte 2

Olá amigos!
A segunda parte das dicas de boa gastronomia pelo mundo será de minha autoria mesmo! "recuerdos"de nossa visita ao Chile, que aconteceu em julho do ano passado. São várias delicias que experimentamos. Mas a motivação principal de escrever agora é que semana passada uma das pessoas que nos recebeu lá veio a falecer. Alex Rodrigo Martinez Pavez, o Petaca, jovem, engraçado, atencioso com todos e principalmente conosco durante a nossa visita ao Chile, enfim, uma grande perda. Este texto sobre a gastronomia é uma homenagem não só a ele, mas a papá Fernando, que nos recepcionou em sua casa e que faleceu no ano passado e também para a Nana, que também deixou saudades pois em sua casa também ficamos hospedados. Ela também faleceu em 2015 e era "abuela" de nosso amigo Lucho.
Aliás, o Lucho e sua família foi o principal motivo de nossa visita lá no Chile, pois o mesmo veio de carro até Porto Alegre fazer uma visita. E eu disse que agora que tinham vindo nós iríamos lá, dito e feito, primeiro de julho de 2015 desembarcávamos em solo chileno. Além da lembrança das pessoas que nos cuidaram muito bem e do título da Copa América que o Chile conquistou com ajuda da nossa presença e torcida, muitas maravilhas gastronômicas nós experimentamos. Aliás, comer bem foi uma das boas coisas que fizemos no Chile, as pessoas nos recebiam em suas casas com cada prato, um melhor que o outro. 
Abaixo apresento foto e um pouco do que é cada prato:
Bem, começamos com o pebre, uma mistura de tomate, cebola, coentro e pimenta. é uma entrada servida com pan amassado enquanto se espera o prato principal. É muito bom.
Este pebre da foto é caseiro, autoria da Tia Bete, mãe do Petaca.

Ajudamos a fazer no forno de barro o Pan amassado, um pão diferente, que fica achatado e redondo, mas em termos de ingredientes são os mesmos do pão brasileiro. No Chile este Pan é consumido com palta (se coloca no pão como se fosse margarina), um tipo de abacate que é misturado com sal, fica muito bom e diferente, pois temos o costume de comer abacate com açúcar.
 
Já que falei na palta e da diferença de consumo que temos aqui, imagina colocar abacate no cachorro-quente? pois é, compramos pronto em um restaurante e comemos na casa da mama Nora. Olha a foto abaixo, dá água na boca? Posso garantir que ficou muito bom!
Preciso falar também das empanadas, uma das maravilhas gastronômicas que experimentei nesta viagem. Tem uma semelhança com o nosso pastel, com pastel de forno ou ainda com o pastelão, aquele que vai no forno e tem recheio de frango, siri ou guisado. Mas não dá para comparar: a empanada é muito melhor, a massa é macia, leve e saborosa, o recheio leva guisado, azeitona, ovo e o conjunto final fica uma massa consistente e o recheio molhadinho por dentro. E o toque de assar no forno de barro ou na churrasqueira portátil, como nossos amigos fizeram para nós, completa aquele sabor de comida caseira e do campo. Muito bom!!! Abaixo empanadas da sogra do Petaca e assadas por ele.

Estas empanadas na figura abaixo foram assadas no forno de barro no clube de campo do filho do tio Lucho, cuja imagem do forno já mostrei mais acima (pelo calor maior elas ficaram tostadas, mas isto não alterou o sabor).
Olha, um passeio imperdível em Santiago é visitar o Mercado Público da cidade. Lá encontra-se o restaurante Donde Augusto, onde degustamos dois pratos pra lá de bons! Primeiro um mix de frutos do mar, vieiras, ceviche, mariscos, camarões, anéis de lula, bom a imagem fala por si só.....
Depois experimentamos a Centolla, o crustáceo da foto abaixo, ele é fervido e servido com todo o cuidado pelo garçom, que utiliza uma tesoura para separar as partes comestíveis. Depois coloca uma espécie de caldo temperado e de sabor acentuado de alho por cima. Vale a pena conhecer, Donde Augusto!
 
Para terminar, uma das minhas especialidades: churrasco, no Chile conhecido como "assado". Pelas imagens dá para ter ideia do que foram estes assados que degustei.... Bem, os segredos começam na hora de aquecer a grelha ou churrasqueira, usasse muita lenha para esquentar bem, apenas depois que se coloca o carvão, um carvão de pedaços muito parelhos, compactos, melhores que os aqui do Brasil. Enquanto se aguarda o momento do carvão virar brasa, os chilenos pegam um cebola média para grande, cortam ao meio, espetam em um garfo e esfregam na grelha. A acidez da cebola tira todo o preto que fica grudado nos ferros, evitando que a carne absorva esta fuligem e mude o sabor da mesma. No ano passado brinquei com os amigos dizendo que no Brasil não poderia fazer isto pois a cebola estava muito cara!!!Mas o detalhe: funciona mesmo! É só olhar as fotos.
Bem, após o carvão virar brasa a carne é colocada sobre a grelha e depois da primeira virada vai um sal parrillero, mais espesso que o sal tradicional mas bem mais fino que o sal grosso, é um sal em lâminas finas e cuja quantidade não deve ser exagerada pois não se bate a carne quando pronta.
Assado na casa do papá Fernando
Assado na casa do Lucho
Assado na casa do tio Leo, comemorando o aniversário da Giulia e véspera de nossa partida:
Destaque para os pedaços uniformes de "chancho" (porco), "vacuno" (bovino), próprios para grelha, destaque também para as "longanizas", as linguiças, finas ou mais grossas, muito boas e temperadas. 
Ah, e quando fores ao Chile, não te preocupes, a carne se compra na "carniceria", não se assustem...kkkk.
Obrigado a todos os amigos chilenos que nos receberam com todo o carinho e amizade, espero que esta singela lembrança dos pratos que degustamos em terras chilenas expresse mais uma vez nossa gratidão.
Lucho, Lorena, Fernandito, Yasna, Sergio, mama Nora, Tio Leo, Tia "Mela", Tia Bete, Tia "Maruca", Isabel, Tio Lucho, Tia Luchita, Emilio....desde el cielo: papá Fernando, Nana, Alex Petaca ....gracias por todo!
Até a próxima! 
Hasta luego!!!